
O Antropofocus está circulando com seus espetáculos de repertório por diversos espaços culturais da cidade de Curitiba. No final de abril o grupo chega ao Miniauditório do Teatro Guaíra para realizar duas apresentações do espetáculo Histórias Extraordinéditas, que contarão com os intérpretes de Libras, Nathan Salles e a Jéssica Nascimento, nas duas sessões, dias 29 e 30 de abril (terça e quarta-feira), às 20h com entrada gratuita.
Histórias Extraordinéditas é um rasgo dramatúrgico em que o público acompanha a criação e o desenvolvimento da encenação do espetáculo de forma dinâmica. O Antropofocus, neste espetáculo, convida a plateia a participar não só como espectador, mas como co-criador das histórias daquela apresentação.
No palco quatro escritores dão vida às histórias que foram deixadas de lado, momentos reais que ficaram marcados na memória e que, ao serem compartilhados com a plateia, são transformados em algo totalmente novo.
Tudo começa com os atores recolhendo histórias do público, que ao serem compartilhadas, tornam-se o gatilho para a construção das cenas. Estas são criadas cada qual com uma estética, dramaturgia e poética independentes. Ao final, uma última cena interliga todas as histórias.
Em um jogo refinado entre atores, técnicos (iluminador e sonoplasta), os elementos narrativos e teatrais são criados, ao vivo, diante dos olhos da plateia. As histórias são transpostas e visitam outros lugares, tempos e gêneros, evitando que a encenação seja meramente a reconstituição cênica da história recém-contada. Como o público ouviu a história original, todos participam da experiência autoral, vivenciando a criação de algo inesperado.
Histórias Extraordinéditas recebe esse nome pela proposta de buscar um olhar poético sobre as histórias do cotidiano, demonstrando que mesmo em algo aparentemente sem importância pode-se encontrar algo “extraordinário”. Por ser criada diante da plateia, a cena não se repete, é apenas para aquela sessão, apenas aquela vez e o que o público assiste é inédito – inclusive, para os atores e técnicos do espetáculo.
Antropofocus e a observação do ser humano
O Antropofocus, desde a sua fundação, dedica-se a observar o ser humano e seu comportamento no cotidiano, sabendo que todas as suas ações podem ser consideradas cômicas, dependendo do prisma pelo qual é observado. Esta premissa inicial instigou o grupo a explorar diferentes formas de comicidade e repensar o alcance dos seus trabalhos.
O objetivo do grupo sempre foi criar espetáculos que tivessem algum diferencial e Histórias Extraordinéditas é um exemplo disto. Foi pensado e estruturado como um jogo refinado entre atores, técnicos, em que os elementos narrativos e teatrais são criados na hora, ao vivo, diante dos olhos da plateia. É um espetáculo que permite que o público participe do processo teatral por completo, pois a plateia não só oferece a premissa, mas pode observar os detalhes da construção da cena.
As histórias são contadas pelos jovens em particular, diretamente para alguém do elenco, enquanto a plateia entra no teatro. Depois são relatadas a plateia e, partir desse ponto, elas são encenadas sem ser apenas uma reconstituição ipsis litteris: a partir de elementos da história original, uma cena nova se forma perante a plateia, que pode observar como foram encaixadas as informações, de onde surgiu a inspiração e qual era o potencial criativo inerente àquela história.
Ficha técnica
Direção: Andrei Moscheto
Elenco: Anne Celli, Andrei Moscheto, Edran Mariano e Marcelo Rodrigues
Sonoplasta: Breno Monteserrat
Iluminação: Wagner Correa
Cenário e Figurino: Eduardo Giacomini
Diretor de Produção: Edran Mariano
Realização: Antropofocus
Serviço:
Espetáculo Histórias Extraordinéditas
Dias: 29 e 30 de abril (terça e quarta-feira)
Horário: 20h
Gênero: comédia
Local: Miniguaíra – R: Amintas de Barros, s/n – Centro
Entrada: gratuita (os ingressos são distribuídos a partir das 19h)
Classificação indicativa: a partir de 12 anos